Friday, March 31, 2006

PRIMAVERA DE NEVE

Aguarela de Rui Paiva
Em 31 de Março de 2006



Saturday, March 25, 2006

O AMOR NA ALDEIA DA LUA QUADRADA

A ALDEIA DA LUA QUADRADA
in Cadernos de Miraflores,
Desenho de Rui Paiva

O AMOR NA ALDEIA DA LUA QUADRADA

O AMOR NA ALDEIA DA LUA QUADRADA

Havia uma aldeia, onde a Lua nascera quadrada.

Mª..., nome inventado, amava, ou pelo menos achava que sim, Mº...,
nome nascido do masculino da sua amada.


Mas a Lua nascera quadrada,
E assim a vida não podia ter a evolução tão almejada.


Mª..., a desejada, inspirara a vida acelerada de Mº..., o desejador.

A Lua nascera quadrada,
E não havia maneira de se encontrarem.

Ele vivia de dia e ela de noite.

Um dia,
Certamente na linha de horizonte entre o dia e a noite,
Quando um adormecia e o outro acordava,
A Fada do Amor decidiu,
Dentro do Quadro das suas Atribuições,
Fazer tudo para que algo se passasse de bom…

(Dando um beliscão numa alface viçosa como poucas,
Auscultou a solução proposta pela Natureza vegetal,
Para tão difícil mal.

A alface, muito corada, suspirando desejos incontidos,
Ou não continuasse a perseguir um VegetoSer distraído,
Atreveu-se a sugerir,
Que Mª... devia usar umas lentes ambiguo-focais, Quadrodais,
Que a levariam a ver o Amor através de um prisma mais consentâneo,
Uma lágrima de Amor, qual Lua hexagonal).

A vida não era fácil naquela aldeia perdida nos confins da saudade...

Daí à invenção dos Meandros do Amor foi um passo…

Entretanto uma criança, brincando nas areias de uma praia deserta,
De nome Mº... Mª...,
Vê junto de si uma pena de ave.

Uma cegonha a caminho do Além-Tejo,
Deixara cair um testemunho,
Uma pena delicada,
Leve como a flor do pensamento,
Que rodopiando descansara na sombra da criança.

A Infância descobre sempre a solução correcta para os males do mundo.

A criança pegando delicadamente na pena,
Com a sua mão esquerda,
Começa a fazer circular o aparo da pena na superfície circundante,
Enrolando os grãos de areia.

Desenha uma Lua redonda como o Sol,
Que grandioso,
Aquecia o firmamento mais distante.

A Fada Boa,
A Deusa das mentes sãs,
Transpondo o desenho da criança para o céu,
Concentrando-se no que Relevante esconde a vontade,
Inventa uma Lua redonda como o Sol radioso.

Naquela Aldeia de um Mundo em Mudança,
Nos Sonhos de uma Criança Tranquila,
Nascera a Lua Redonda,
A Lua dos Amores Perfeitos,
A Lua dos Amores Impossíveis…

Estória Fabular para Um Amor Impossível,

desenhado por Rui Paiva

Monday, March 20, 2006

EI-LA ÁFRICA ENCANTADA, ILHA DE UM SONHO ACORDADO NA SEDE DO GESTO


Aguarela de Rui Paiva
Março de 2006

Friday, March 17, 2006

NASCI NO ESPAÇO DE UMA ILHA ENCANTADA

NASCI NO ESPAÇO DE UMA ILHA



Antecâmara do poema:


- Na Noite Chove o Tempo
Sem dormir, a janela da Vontade

- Diário,
Na noite do sonho envolto em silêncio



Poema, de vento musicando:


África, Ilha, Imensa

Nasci numa África
Imensa, ilha,
De Amores escondidos,
(de vontades proibidas).
Estepe, savana, areal,

Floresta virgem de, de pecados,
Voragem de felinos,
Inse (c) (n) ctivando
Canções de figurantes
Garbosas criaturas
Em voos de lianas
No espaço dançando.

Trovoadas
Suspensas,
Em noites Encantadas.

Depois,
Os preâmbulos das madrugadas,
Ainda não tristes de ver,
Madrugadas de sobreaviso.

Os cheiros,
Cheios,
O cheiro da terra molhada,
Vermelha de sedução,
O cheiro da relva aparada, escutada,
Na sua observação.

Nas noites, longas,
Filamentos de lume, raiando a espera,
Os filamentos nas noites longas de temporais destemidos,
Aguaceiros sem misericórdia,
Maravilhas de uma Natureza,
Mãe,
Maior e inventada.



No vértice da Viagem

Poucos são,
No vértice,
Os muitos
Ritos que
Me submergem
Mágico dossel
Em disparada vertigem
Na emergência
Dos tempos


Árvores densas
De História trespassadas

Seus possantes
Braços
Aconchegando
Delicadas folhas
De páginas
Verdes, vendadas,
Ainda
Não revolta (da) s

Seres con-fusos
Pela falta de
Visão
De humanos gestos

Vetustas memórias
De rios de saudades
Telúricas virtudes
Em grutas
De sedosas plantas vestidas.

(CONTINUA NA MADRUGADA ...)

e.t.: Todos os textos, aguarelas, desenhos, fotos, desafios e manias são do autor
Apiur de seu nome, rui paiva de sua escolha.
e.t.: Problemas técnicos levaram ao desaparecimento de uma imagem e de vários posts. Farei os possíveis por refazer esses posts.

Wednesday, March 08, 2006

E SE O AMOR ADORMECESSE ?

AGUARELA DE RUI PAIVA
2005

Tuesday, March 07, 2006

E SE O AMOR ADORMECESSE ?





A Cegonha e o Pombo,
Uma Estória Real,

Ou E SE O AMOR ADORMECESSE ?

Em in-ditosas cidades,
De um mundo-globo oriundas,
Um pombo, versátil no correio,
Espantado com o frio que sua alma aquecia,
Despertou para uma dança universal,
No Verso, no verbo e no Sentir…o Amor.

Viajante emérito,
Sem destino ainda averbado,

Nas autor-idades continentais,
Era vê-lo para Este, para Oeste, para este para aquele.

E o Amor?

Sobrevoando os sonhos de outras espécies bem mais terrenas,
O Pombo nas suas viagens imensas,
Despertara para o Amor.

Conhecera uma Cegonha,

Linda como Tudo,
Uma ave rara,

Pôr-do-sol no vestir,
Mel de cor no observar.

(Porque os Pombos observam),


Atentamente focavam a sua atenção,
Naqueles seres que lá por baixo se não compreendiam,
Por mais que inventassem,
Línguas, para o desentendimentos,
Regras, de desmoralização,
Leis, em desfaçatez,
E o pombo voava,
Sem par.

Pois e foi ao conhecer seu Par,
Que tudo se transformou,
Nas suas milhas, e milhas de viagens,
A seu custo directo,
Seu esforço pleno,
Seu linguarejar das asas.

Foi o que os mochos,
Parentes nocturnos sempre incrédulos,
Chamariam de Amor ao primeiro voo,

Os compêndios das superfícies de lá, de baixo,
Estatísticas public-av-am,
Demo-des-mografiando,
A realidade da continuação da espécie,
Resultado?
Diminuíam e envelheciam os seres terrenos….


Cientistas Cá de Cima,
Águias Reais,
Pontificavam:
Caso para clonar,
Aves, ora pois,
E levá-las a ocupar cargos,
Doravante,
Procurando com firmeza e astúcia,
Incerto Futuro...

A Cegonha deixara de cumprir seu mundo,
Ao ser impedida,
Por voluntariado gesto,
De a Paris se deslocar,
Nem mesmo no Expresso da Des-Orientação,
Entre-mentes criado.

E o Pombo e a Cegonha,
Escrevendo no espaço seus devaneios,
Volteando suas asas,
Circundavam o sol,
Procurando beber seu calor,
Para imersos em energias múltiplas,
Se esconderem,
Nas nuvens,
Passageiras almofadas de gotículas de paixão,
De romantismo saturadas.

E piscavam seus olhos, corando de excitação.

E trinavam promessas, cheias de intenção.

Uma doce destemperança num único vôo.

Mas não adormeciam, (os pombinhos?)
Embalados nas suas asas de sonhos mil,
Um receio permanecia,
E se o Amor adormecesse?

Texto de Rui Paiva