Tuesday, March 07, 2006

E SE O AMOR ADORMECESSE ?





A Cegonha e o Pombo,
Uma Estória Real,

Ou E SE O AMOR ADORMECESSE ?

Em in-ditosas cidades,
De um mundo-globo oriundas,
Um pombo, versátil no correio,
Espantado com o frio que sua alma aquecia,
Despertou para uma dança universal,
No Verso, no verbo e no Sentir…o Amor.

Viajante emérito,
Sem destino ainda averbado,

Nas autor-idades continentais,
Era vê-lo para Este, para Oeste, para este para aquele.

E o Amor?

Sobrevoando os sonhos de outras espécies bem mais terrenas,
O Pombo nas suas viagens imensas,
Despertara para o Amor.

Conhecera uma Cegonha,

Linda como Tudo,
Uma ave rara,

Pôr-do-sol no vestir,
Mel de cor no observar.

(Porque os Pombos observam),


Atentamente focavam a sua atenção,
Naqueles seres que lá por baixo se não compreendiam,
Por mais que inventassem,
Línguas, para o desentendimentos,
Regras, de desmoralização,
Leis, em desfaçatez,
E o pombo voava,
Sem par.

Pois e foi ao conhecer seu Par,
Que tudo se transformou,
Nas suas milhas, e milhas de viagens,
A seu custo directo,
Seu esforço pleno,
Seu linguarejar das asas.

Foi o que os mochos,
Parentes nocturnos sempre incrédulos,
Chamariam de Amor ao primeiro voo,

Os compêndios das superfícies de lá, de baixo,
Estatísticas public-av-am,
Demo-des-mografiando,
A realidade da continuação da espécie,
Resultado?
Diminuíam e envelheciam os seres terrenos….


Cientistas Cá de Cima,
Águias Reais,
Pontificavam:
Caso para clonar,
Aves, ora pois,
E levá-las a ocupar cargos,
Doravante,
Procurando com firmeza e astúcia,
Incerto Futuro...

A Cegonha deixara de cumprir seu mundo,
Ao ser impedida,
Por voluntariado gesto,
De a Paris se deslocar,
Nem mesmo no Expresso da Des-Orientação,
Entre-mentes criado.

E o Pombo e a Cegonha,
Escrevendo no espaço seus devaneios,
Volteando suas asas,
Circundavam o sol,
Procurando beber seu calor,
Para imersos em energias múltiplas,
Se esconderem,
Nas nuvens,
Passageiras almofadas de gotículas de paixão,
De romantismo saturadas.

E piscavam seus olhos, corando de excitação.

E trinavam promessas, cheias de intenção.

Uma doce destemperança num único vôo.

Mas não adormeciam, (os pombinhos?)
Embalados nas suas asas de sonhos mil,
Um receio permanecia,
E se o Amor adormecesse?

Texto de Rui Paiva

6 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Que jogo de palavras LINDO... nem sei que comentário poderei fazer...as palavras e a imagem falam por si!

Adorei!!!!

Bj

March 08, 2006  
Blogger Rosmaninho said...

Cegonhas!... Se eu gosto delas!...
Pombos... cegonhas! Que mistura!

Nunca imaginei que se o Amor adormecesse, poderia ser desta forma.

Palavras em aguarelas que me deliciam, sempre que as vejo. Que maravilha!
~*Um beijo*~

March 09, 2006  
Blogger Ni said...

«E se o Amor adormecesse?»
...
Talvez noutro uni(verso) entrasse, talvez com outras formas se deparasse, talvez (lá) à noite amanhecesse, talvez tudo invertesse, talvez a tulipa amarela 100 vezes mais depressa crescesse, talvez cores novas imaginasse, talvez só quem pintasse as próprias asas voasse, talvez o vento as saudades amainasse, talvez a mão dada a outra que a procura não faltasse, talvez... talvez o amor acordasse!

Ni*

March 09, 2006  
Blogger Carla said...

Olá
Muito obrigado pela tua visita ao Meu querido diário, gostei muito do teu espaço :)
voltarei :)
Bjx e bom domingo

March 12, 2006  
Blogger Patrícia Posse said...

"Em in-ditosas cidades,
De um mundo-globo oriundas" importa ñ permitir k o amor adormeça ;)
Custa manter os laços k construímos na vida, exige k ultrapassemos alguns dos nossos limites em nome desse sentimento k habita os corações.
"Um pombo, versátil no correio,
Espantado com o frio que sua alma aquecia"
K nunca deixes k o frio t aqueça a alma ;)
boa semana ***

March 13, 2006  
Blogger Ni said...

«Despertou para uma dança universal,
No Verso, no verbo e no Sentir…o Amor.»
...

Delineaste, com palavras, as linhas fortes do afecto supremo: O Amor.

AMAR...
É um verso.
É um verbo.
É um sentir.
...
Sorrio...
...
Sabes, estou a ouvir um CD... Pilgrin... a canção 'River of tears', que considero 'in excelsis'... e penso como todo o verso de amor pode ser in-verso, invertido, inadvertidamente, por uma só palavra ou a ausência dela.
...

O Amor não adormece... ele é que nos embala.
...Mas às vezes pára... como um horizonte que se esqueceu de respirar pássaros livres.
Nesse momento... a linha de luz, aquele traço que une o além e o ainda mais além, apaga-se, fragilizada.
...

O Amor não adormece.
Mas há seres que o estilhaçam, apedrejam-no... e não entendem que pedra lançada ao afecto...é lançada contra si mesmos.
...

O Amor não adormece.
O coração dos homens é que cega,arrefece, emudece.
Acontece...

...

Nesses dias os pombos não voam.
E as cegonhas não mostram o mel do olhar.
...

Ni*

March 14, 2006  

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