E SE O AMOR ADORMECESSE ?
A Cegonha e o Pombo,
Uma Estória Real,
Ou E SE O AMOR ADORMECESSE ?
Em in-ditosas cidades,
De um mundo-globo oriundas,
Um pombo, versátil no correio,
Espantado com o frio que sua alma aquecia,
Despertou para uma dança universal,
No Verso, no verbo e no Sentir…o Amor.
Viajante emérito,
Sem destino ainda averbado,
Nas autor-idades continentais,
Era vê-lo para Este, para Oeste, para este para aquele.
E o Amor?
Sobrevoando os sonhos de outras espécies bem mais terrenas,
O Pombo nas suas viagens imensas,
Despertara para o Amor.
Conhecera uma Cegonha,
Linda como Tudo,
Uma ave rara,
Pôr-do-sol no vestir,
Mel de cor no observar.
(Porque os Pombos observam),
Atentamente focavam a sua atenção,
Naqueles seres que lá por baixo se não compreendiam,
Por mais que inventassem,
Línguas, para o desentendimentos,
Regras, de desmoralização,
Leis, em desfaçatez,
E o pombo voava,
Sem par.
Pois e foi ao conhecer seu Par,
Que tudo se transformou,
Nas suas milhas, e milhas de viagens,
A seu custo directo,
Seu esforço pleno,
Seu linguarejar das asas.
Foi o que os mochos,
Parentes nocturnos sempre incrédulos,
Chamariam de Amor ao primeiro voo,
Os compêndios das superfícies de lá, de baixo,
Estatísticas public-av-am,
Demo-des-mografiando,
A realidade da continuação da espécie,
Resultado?
Diminuíam e envelheciam os seres terrenos….
Cientistas Cá de Cima,
Águias Reais,
Pontificavam:
Caso para clonar,
Aves, ora pois,
E levá-las a ocupar cargos,
Doravante,
Procurando com firmeza e astúcia,
Incerto Futuro...
A Cegonha deixara de cumprir seu mundo,
Ao ser impedida,
Por voluntariado gesto,
De a Paris se deslocar,
Nem mesmo no Expresso da Des-Orientação,
Entre-mentes criado.
E o Pombo e a Cegonha,
Escrevendo no espaço seus devaneios,
Volteando suas asas,
Circundavam o sol,
Procurando beber seu calor,
Para imersos em energias múltiplas,
Se esconderem,
Nas nuvens,
Passageiras almofadas de gotículas de paixão,
De romantismo saturadas.
E piscavam seus olhos, corando de excitação.
E trinavam promessas, cheias de intenção.
Uma doce destemperança num único vôo.
Mas não adormeciam, (os pombinhos?)
Embalados nas suas asas de sonhos mil,
Um receio permanecia,
E se o Amor adormecesse?
Texto de Rui Paiva
6 Comments:
Que jogo de palavras LINDO... nem sei que comentário poderei fazer...as palavras e a imagem falam por si!
Adorei!!!!
Bj
Cegonhas!... Se eu gosto delas!...
Pombos... cegonhas! Que mistura!
Nunca imaginei que se o Amor adormecesse, poderia ser desta forma.
Palavras em aguarelas que me deliciam, sempre que as vejo. Que maravilha!
~*Um beijo*~
«E se o Amor adormecesse?»
...
Talvez noutro uni(verso) entrasse, talvez com outras formas se deparasse, talvez (lá) à noite amanhecesse, talvez tudo invertesse, talvez a tulipa amarela 100 vezes mais depressa crescesse, talvez cores novas imaginasse, talvez só quem pintasse as próprias asas voasse, talvez o vento as saudades amainasse, talvez a mão dada a outra que a procura não faltasse, talvez... talvez o amor acordasse!
Ni*
Olá
Muito obrigado pela tua visita ao Meu querido diário, gostei muito do teu espaço :)
voltarei :)
Bjx e bom domingo
"Em in-ditosas cidades,
De um mundo-globo oriundas" importa ñ permitir k o amor adormeça ;)
Custa manter os laços k construímos na vida, exige k ultrapassemos alguns dos nossos limites em nome desse sentimento k habita os corações.
"Um pombo, versátil no correio,
Espantado com o frio que sua alma aquecia"
K nunca deixes k o frio t aqueça a alma ;)
boa semana ***
«Despertou para uma dança universal,
No Verso, no verbo e no Sentir…o Amor.»
...
Delineaste, com palavras, as linhas fortes do afecto supremo: O Amor.
AMAR...
É um verso.
É um verbo.
É um sentir.
...
Sorrio...
...
Sabes, estou a ouvir um CD... Pilgrin... a canção 'River of tears', que considero 'in excelsis'... e penso como todo o verso de amor pode ser in-verso, invertido, inadvertidamente, por uma só palavra ou a ausência dela.
...
O Amor não adormece... ele é que nos embala.
...Mas às vezes pára... como um horizonte que se esqueceu de respirar pássaros livres.
Nesse momento... a linha de luz, aquele traço que une o além e o ainda mais além, apaga-se, fragilizada.
...
O Amor não adormece.
Mas há seres que o estilhaçam, apedrejam-no... e não entendem que pedra lançada ao afecto...é lançada contra si mesmos.
...
O Amor não adormece.
O coração dos homens é que cega,arrefece, emudece.
Acontece...
...
Nesses dias os pombos não voam.
E as cegonhas não mostram o mel do olhar.
...
Ni*
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