A Dança da Alegria e a Serpente Serpentina
A Dança da Serpente Serpentina
A Natureza mascarou-se,
Vegetação de geografia destemida,
Numa vivacidade sem reparo, nem aparo,
Re-vestindo-se de um manto, sem pranto,
De Alegria e desplante,
Colorido gesto,
Na superfície das vozes,
Das Folhas sussurrantes.
Vem a serpente Serpentina,
Gracejando com o Vento,
Seu hábito de desde antes de o sonhar,
(O sonho é a reposição da Realidade que se esconde na noite da vontade),
Dançando ao com-passo das suas ondas.
Vindo do passado,
Sem rasto nem honra,
Superando o seu trágico andar,
Encontra seu Amigo,
(No tempo em que as árvores sonhavam, havia ainda Amigos),
Cama-leão de seu nome,
Sem rugir,
Mas denotando seu bom gosto - de estilista - no Vestir.
Desse encontro,
Se descartam as crónicas,
Radiofónicas e outras,
Escondidas estas na sombra do éter,
Mas um cronista atento,
Ouvindo sua história,
Assim discorreu…
"Se a Natureza alegre,
Não acolhesse espécies tão honradas,
Não haveria paz nem pão na Selva",
Cantavam grilos arrumados num Coro,
Trapeziando-se pelas espigas inexistentes.