Monday, October 16, 2006

Blue Moon IV


A série Blue Moon continua.... Aguarela e Rui Paiva
Blue Moon IV

Sunday, October 01, 2006

O TRICICLO E A PALMEIRA NA TERRA DOS SUSPIROS AZUIS



O Triciclo e a Palmeira na Terra dos Suspiros Azuis - I


Em terras que o sol já banhou, viviam felizes, um triciclo e uma palmeira.

A palmeira, mei de seu nome passava longas horas a observar o horizonte, aquela linha de marfim e mel que afagava o céu, aconchegando no seu dorso um mar sempre crescente, nunca adormecido.

O triciclo, chamado de ciclo, não parava para pensar. Seguia sempre em círculos bem definidos, numa órbita mal disfarçada, tentando localizar o seu eixo de rotação.
Triciclo, porque de três em três ciclos gerava uma nova letra de um letrário gigante, infinito de ambição.
Certo dia, quando o falador narrativo ainda nem se levantara, (pudera, pela madrugada dentro dedicara-se à pesca de estrelas, usando uma nuvem, controlada pelo olhar, uma ferramenta sempre nova sempre útil), decidiram dar uma volta pela Ilha onde esbatiam o seu sossego.

Bem, esse passeio não pode ser por ora estoriado, dado que ainda não recebemos os sinais do satélite que os acompanhou nesse sonho, nesse anseio. No topo está sempre o segredo, (tradução literal de top secret...)...

Mas segundo as melhores perspectivas, de um think tank local, (tradução literal de: os tanques também pensam, sic), algo se passou dado que a borboleta que foi vista a abanar as asas, terá, segundo testemunhas incontroversas levado a um deflagrar…de uma gargalhada franca, de alegria incontida, de um nenúfar acabado de pintar numa tela gigante na cratera de um vulcão lunar.

Falando de flores, flori-cultura dentro, a palmeira só conhecia um florete descoberto no século XVII junto aos degraus de um forte desabando-nado. Para não falar de uns musgos bem escondidos na sua sombra...


Do forte nem rasto. As suas ameias haviam viajado ainda não se escrevia com canetas de tinta permanentemente …vazias. Os tijolos, que não eram tolos, haviam aproveitado, noite de trovoada eloquente, o descanso de uma embarcação para se escapulirem disfarçados de peixes-pedra-de-cimento, espécie em fim de carreira turística.

As armas pesadas, calmamente desarmadas, deixaram-se levar por marés, doces, e por ventos, agrestes, disfarçadas de latas de sardinha de escabeche.

Sempre que se ouvia uma nave voadora, o triciclo trepava pela montanha acima e gritava campainhando freneticamente “Aves metálicas em posição de fuga!”. Um grito de alerta bem insonoro.

A palmeira nessa fase mais agitada da sua aventurosa existência deixava-se estar na sua contemplação serena, culta na memória e na sua sobriedade, como a areia que não beijava os seus pés.


(CONTINUA...TALVEZ...)