Rumo à Roménia, Via Tela

Quadro de Rui Paiva
Acrílico s/ Papel de Arroz sobre Tela
100 x 120 cm
Pintado em Macau, 1990

Localização: Presentemente em Bucareste

Numa Praia Rainha, Final de Tarde, Desta Tarde

Numa Praia Rainha, Final de Tarde, Desta Tarde
- O reencontro (visto pela Natureza)

Numa tarde rainha serena a baía,
Conversas se cruzam,
Mirad'oiro de enchente poli-linguística.
Esplanada de tudo e de nada,
Em mares de ondulares felizes.

Numa baía rainha de vento breve,
Marés se fundem,
Enquanto Pombos se deixam fotografar,
Altiva serenidade.

Numa amizade rainha
Mares e nuvens encenam o final deste dia.
Aragem que res-fria,
Final de tarde,
Em domingo sereno.

Numa cidade rainha,
Crianças descalçam amarras,
(Per)correm rotas imaginárias,
Desbravando sem ouvir,
(os conselhos de pais distraídos
consigo mesmos),
Mares sem rosto que se elevam sobre um céu sereno de Verão intermitente.

Numa viagem rainha,
Barcos (con)versam suas quilhas,
Poesia serena de sonhos en-sol-arados,
Remando os ventos,
Na direcção dos horizontes.
Horizontes de seus espaços de som e sorte.

Numa praia rainha, serena a tarde,
Floresce o doce rumor dos olhares calmos,
Numa baía onde só os barcos não quebram a tranquilidade das águas.

Regresso ao Espaço

Dos regressos não há memória.
A memória é descoberta quando não nos vemos num qualquer caminho que nos ensinaram a percorrer, crianças que fossemos.
A memória esconde-se num jogo de sombras iluminadas pela sua própria voragem.
Os regressos nunca são festivos.

Os regressos são desenhados numa linha de não-retorno, porque de regressos se tratam.

Mas há os Caminhos que são percorridos pelas energias da memória, sufragando regressos, que o são por se deslocarem no tempo em sentido contrário aos encontros.

As memórias escondem os seus próprios regressos.

Na noite de regresso a este Espaço...saudando... a amizade de quem é mais forte e constante do que eu...