Saturday, March 25, 2006

O AMOR NA ALDEIA DA LUA QUADRADA

O AMOR NA ALDEIA DA LUA QUADRADA

Havia uma aldeia, onde a Lua nascera quadrada.

Mª..., nome inventado, amava, ou pelo menos achava que sim, Mº...,
nome nascido do masculino da sua amada.


Mas a Lua nascera quadrada,
E assim a vida não podia ter a evolução tão almejada.


Mª..., a desejada, inspirara a vida acelerada de Mº..., o desejador.

A Lua nascera quadrada,
E não havia maneira de se encontrarem.

Ele vivia de dia e ela de noite.

Um dia,
Certamente na linha de horizonte entre o dia e a noite,
Quando um adormecia e o outro acordava,
A Fada do Amor decidiu,
Dentro do Quadro das suas Atribuições,
Fazer tudo para que algo se passasse de bom…

(Dando um beliscão numa alface viçosa como poucas,
Auscultou a solução proposta pela Natureza vegetal,
Para tão difícil mal.

A alface, muito corada, suspirando desejos incontidos,
Ou não continuasse a perseguir um VegetoSer distraído,
Atreveu-se a sugerir,
Que Mª... devia usar umas lentes ambiguo-focais, Quadrodais,
Que a levariam a ver o Amor através de um prisma mais consentâneo,
Uma lágrima de Amor, qual Lua hexagonal).

A vida não era fácil naquela aldeia perdida nos confins da saudade...

Daí à invenção dos Meandros do Amor foi um passo…

Entretanto uma criança, brincando nas areias de uma praia deserta,
De nome Mº... Mª...,
Vê junto de si uma pena de ave.

Uma cegonha a caminho do Além-Tejo,
Deixara cair um testemunho,
Uma pena delicada,
Leve como a flor do pensamento,
Que rodopiando descansara na sombra da criança.

A Infância descobre sempre a solução correcta para os males do mundo.

A criança pegando delicadamente na pena,
Com a sua mão esquerda,
Começa a fazer circular o aparo da pena na superfície circundante,
Enrolando os grãos de areia.

Desenha uma Lua redonda como o Sol,
Que grandioso,
Aquecia o firmamento mais distante.

A Fada Boa,
A Deusa das mentes sãs,
Transpondo o desenho da criança para o céu,
Concentrando-se no que Relevante esconde a vontade,
Inventa uma Lua redonda como o Sol radioso.

Naquela Aldeia de um Mundo em Mudança,
Nos Sonhos de uma Criança Tranquila,
Nascera a Lua Redonda,
A Lua dos Amores Perfeitos,
A Lua dos Amores Impossíveis…

Estória Fabular para Um Amor Impossível,

desenhado por Rui Paiva

4 Comments:

Blogger Carla said...

:)
Bjs e bom fim de semana

March 25, 2006  
Anonymous Anonymous said...

Porque o Amor Perfeito,
é um Amor Impossível,
só nos sonhos de uma criança,
poderia nascer a Lua Redonda ...

A sequência do pensamento nesta escrita está linda! Adorei!

Bj, bom Domingo.

March 26, 2006  
Blogger Ni said...

«Nascera a Lua Redonda,
A Lua dos Amores Perfeitos,
A Lua dos Amores Impossíveis…»
...

Nascera a Lua Redonda,

líquida, suave, espuma azul
como o canto de asa, feito onda.

A Lua dos Amores Perfeitos,

desenhada com traços de um só nome de anjo,
O teu...
nos sonhos feitos, desfeitos, e persistentemente refeitos.
Como nupciais leitos...

A Lua dos Amores Impossíveis...

Das mãos dadas invisíveis.
Das ternuras incontidas.
Das ruas temidas... sem becos nem saídas...
...que apartam inocentes vidas.
Do olhar que te murmura
com firmeza, mas doçura...
Que o afecto vence os invencíveis
e faz acontecer os impossíveis.


Abraço de vento...

Ni*

March 26, 2006  
Blogger Rosmaninho said...

Só uma criança pode fazer nascer uma lua dos amores perfeitos...

Estória fabular rica de conteúdo e de imagens.

Grandioso!

~*Um beijo*~

March 28, 2006  

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