Friday, June 02, 2006

Ilha Natureza, Encantada Vocação


"Ilha Natureza, Encantada Vocação"
Aguarela de Rui Paiva
Maio de 2006


A Memória Verde de um Feto Não se esconde, Mais do Que se Revela, Na Sua Pele
Viajar por Amor ou a Atracção pelo Talvez


Voragem do tempo,
Na memória de um feto gigante,
(Em pensamento compra-se um lamento),
Correrias loucas de insectos perdidos no sentido (proibido) da sua vida pequenina...enorme no saber.
Grandes viagens num espaço que se intromete nas razões de um futuro incerto...
Nada vale mais do que o verde da alma de um pinheiro bravio, manso na sua solidão...
Memória do espaço na nuvem da ilusão que se perde de amores pelo incerto, certo na incerteza, e só!
Como dói a escassez do encontro. A Inexistência do desencontro. A certeza do talvez.

O talvez é a violência...insolência sem porte, nem porta, e nem nasce torta....a paz.
O acaso é a outra face da moeda, antes a outra fase, abismo emocional, tanto mal...

Amores que se constroem na vertigem do nada, do talvez ou do até.

Dos encantos. Nos cantos do... Nos desen«cantos».
Com ou sem desacatos, com ou sem cactos, ou actos.


Nas curvas dos caminhos não há sinais que resistam às intempéries da solidão.

Mesmo que, a imagem, se insira numa paisagem onde mil e um verdes se encadeiem numa canção de Primavera.
As estações não se fazem só de uma matéria abstracta. Como os cactos. Nem de uma vontade concreta. Nem de um destino. Nem de um desatino.


As estações nascem e morrem de tédio.

O Amor nasce numa aragem....voa e metaforfoseia-se numa ventania... tornada...tornado, ou nem por isso.

E aí...pela negativa, esventra-se a vontade e desfalece a coragem do ser, en-cenando o receio, sem medo.


Sabemos e sentimos,
Como os amores em duas dimensões se implodem no desencanto.
As pessoas que sub-voam os mosquitoas sentem-se mais elevadas que esses seres, inteligentes. Os mosquitos.


[Quando os sábios e cientistas descobrirem que estes seres microscópicos desenvolveram a sua mente ao longo de milhões de anos, desaguando, no presente, nos suaves bombardeiros, desviados candidamente para missões de (ra-)Paz....]...

Certo, só o mas!
São eles, insectos, os ilustrados, os informados, os raros sonhadores.
Seres que riscam os ares em rumos definidos pelo Tempo. São o último vestígio do Amor.
Que dançam sem parar, que dançam sem rimar, que dançam para o seu par.

Texto de Rui Paiva
Não é autobiográfico. Podia ser. Pode ser. Se estivermos Agora, em 2054.

8 Comments:

Blogger Ni said...

«(...) Como dói a escassez do encontro. A Inexistência do desencontro. A certeza do talvez.
O talvez é a violência... insolência sem porte, nem porta (...)»

Respiro fundo e recomponho-me da surpresa ao ler este teu texto - li-o tendo por som de fundo a música que (me)toca no meu blog neste momentUM -.

E sorrio.

Há, de facto, células Universais... do TODO, do Uno, de que somos parte. Reconhecemo-las. Trazem tatuados os afectos lunares que bebemos abraçados à solidão. Unos, porém sós.

'Reconheci' este teu texto. Não, nunca o li materializado... mas corre-me nas veias.


A certeza do talvez...

Dás-te conta da genialidade do que escreveste?

Sorriso.

Há muitos anos que não lia algo de que gostasse tanto.
E pergunto-me se não será 'ruído' escrever sobre esta tua sinfonia perfeita de afectos em palavra (re)feitos...

Deixo-te um 'Talvez' que escrevi há algumas luas.
É um texto quase infantil.
Mas eu sou assim.

Abraço de vento...

Ni*
TALVEZ

**Nin@**

Talvez eu te ame outra vez...
Talvez não é não, não é sim... é ferida ainda viva dentro de mim!
Mas, agora, ao meu coração não peço uma decisão...
Estou assim!
Prisioneira de mim...
Dorida, por um véu de distância protegida.
Recolhi os pensamentos insanos que eram só por ti.
Virei o rosto ao poema nascente, olhei a solidão de frente... e segui.
Os nossos passos estão em descompasso... e é ausente o abraço.
Os meus braços caídos, perderam o formato do enlaço do teu corpo...
A alegria escorreu de mim...
Como pássaro em terra , porque se esqueceu que tem asas.
Sei, sei que não podia ser ainda o fim... sei, sim...
Mas reencontramo-nos no talvez.
Encruzilhada, por memórias e glórias habitada, onde cabe o tudo e o nada.

Timidamente, desenho o teu nome na minha boca...
Sem som, sem o calor da minha voz rouca...
Sem entrega nem fuga...
Sem mão que se estende ou que se esconde...
Sem saber quem e o que somos... e onde...
As palavras envolventes, irrequietas, ágeis, juras secretas...
Rasgaram-se em letras isoladas, em sentidos sem sentido...
Nada..

Talvez...
Tu me mostres que estou errada!
E talvez eu te ame outra vez pela primeira vez...

©Nin@

June 03, 2006  
Blogger sandra said...

me gusta mucho esta acuarela y el efecto de las nubes...

June 03, 2006  
Anonymous Anonymous said...

Olá Rui,

queria, primeiro que tudo, dar-te os parabéns por mais este texto magnífico. Nem o vou comentar... por várias razões, a primeira delas é que cada frase pode ter imensos sentidos, mas todos eles importantes. De qualquer forma, posso dizer-te que muitas delas fizeram ECO.

Gosto da tua aguarela embora, para mim, seja um pouco diferente do que estou habituada a ver em ti, que não é mais do que expões aqui no teu blog. Todavia, em meu entender, é uma simbiose perfeita a imagem e o texto.

Obrigado pelas tuas palavras no meu espaço.

Um Bom Fim de Semana para ti também.

Bjs
Alexandra

June 03, 2006  
Blogger Papoila said...

Olá Rui:
Texto que podia ser também o meu auto-retrato. Magnífico!
Aguarela de acordo.
Beijo

June 04, 2006  
Blogger Carla said...

Beijos e boa semana.

June 04, 2006  
Blogger Rosmaninho said...

Rui

Aguarela e texto...
O Insecto e o seu par!

Talvez...certo...mas...

Que maravilha!
Que vestígios de Amor aqui encontro!

~*Um beijo*~

June 05, 2006  
Blogger Carla said...

passei por aqui novamente e deixo votos de um bom fim de semana.
beijos

June 09, 2006  
Blogger Patrícia Posse said...

O post é mto interessante... mas, pessoalmente, a parte melhor conseguida é esta: "Como dói a escassez do encontro. A Inexistência do desencontro. A certeza do talvez.
O talvez é a violência...insolência sem porte, nem porta, e nem nasce torta....a paz."

O talvez, a possibilidade de algo é k nos desnorteia, agita, desmotiva, entusiasma. É pelo "talvez" k pensamos k as coisas tanto podem evoluir para melhor como para pior. O "talvez" é mais uma das portas k usamos pa nos transportar para alguma esperança, face à incerteza do futuro...

"O acaso é a outra face da moeda, antes a outra fase, abismo emocional, tanto mal...

Amores que se constroem na vertigem do nada, do talvez ou do até.
Dos encantos. Nos cantos do... Nos desen«cantos»."

Li algures esta frase: "nada acontece por acaso" e a verdade desta assserção retira-mo-la dos amores k ja vivemos e dakeles k talvez possamos vir a viver ;) mesmo k depois sobre o desencanto, há smp a felicidade do acaso ;)

***

July 06, 2006  

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